quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A Ilusão das terras fáceis

imigrantes portugueses

Vida difícil enfrentavam os imigrantes que chegavam a São Carlos, iludidos com promessas de terras abundantes e muito dinheiro.

Até pelo menos a grande crise cafeeira de 1930, pode-se afirmar ser enganosa a noção bastante difundida, de que os colonos aos poucos se transformaram em pequenos proprietários e sitiantes.

Oswaldo Truzzi, no livro Café e Indústria, São Carlos 1850-1950, aponta numerosos indícios a este respeito, a começar pelo fato de que com a renda mensal de que dispunham, a possibilidade de poupança de um montante suficiente para aquisições de alguns alqueires de terra era improvável.

Era muito mais provável que os caminhos que levassem o colono à condição de proprietário fossem muito mais tortuosos, que envolvessem um período de tempo equivalente a uma ou duas gerações, a migração para a cidade e ainda outras condições que tornavam esse degrau de ascensão social inacessível para a maior parte dos colonos.

Truzzi ainda aponta dados do Almanach de São Carlos, onde entre os anos de 1894 e 1920, é possível observar o pequeno número de imigrantes entre os proprietários, e, ainda assim, quando tornaram-se proprietários geralmente eram de porções menores de terras.

O recenseamento de 1920 confirma tal assertiva, a área média das propriedades pertencentes a estrangeiros é de 45,4 alqueires, enquanto no caso dos proprietários brasileiros a mesma média se eleva a 238,1 alqueires, no município de São Carlos.


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