quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Em defesa da História

  
   Com tantas coisas acontecendo neste momento, tantas informações disponíveis ao alcance de um "clic", de que vale alguém se interessar por ( e o que é ainda mais grave, escrever) História? Esta pergunta encontra eco no pouco espaço disponível aos historiadores nos grandes meios de comunicação, que, ligados na agilidade dos acontecimentos diários, recusam-se a cederem espaço para alguém que só faz lembrar coisas velhas.
   Acontece que ao historiador não fica reservado apenas o trabalho de guardador de informações e fatos velhos, caso contrário poderia ser trocado facilmente por qualquer software de armazenamento de informações Mas cabe aos historiadores também um papel nobre, o de "desconstrução" da História oficial.
   Velhas versões de fatos passados, contados e recontados sem nenhuma preocupação com a investigação histórica podem esconder grandes mentiras, versões forjadas e construídas por quem pôde se impor na construção da memória oficial. Publiquei um exemplo de tal embate entre duas possibilidades históricas no meu blog do site São Carlos Agora ( A Polêmica Década de 1950 em São Carlos). Aquele foi apenas um dos inúmeros casos ocorridos por aqui.
   É por isso que cabe ao historiador um compromisso ainda mais nobre; o compromisso com a verdade, ainda que destinada a ser superada.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

blog do ronco e os bondes em São Carlos

Divulgo aqui um outro blog que, entre outras coisas, mostra imagens como as que seguem abaixo:

Bonde na Rua D. Alexandrina
Bonde em frente à Santa Casa


Inauguração da linha em Frente à Estrada de Ferro em 17/12/1914


Fantástico, não é?
O mais interessante é que estas fotos saíram em uma revista inglesa que contou a história dos bondes em São Carlos.
O link para o blog é: www.blogdoronco.blogspot.com

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A Ilusão das terras fáceis

imigrantes portugueses

Vida difícil enfrentavam os imigrantes que chegavam a São Carlos, iludidos com promessas de terras abundantes e muito dinheiro.

Até pelo menos a grande crise cafeeira de 1930, pode-se afirmar ser enganosa a noção bastante difundida, de que os colonos aos poucos se transformaram em pequenos proprietários e sitiantes.

Oswaldo Truzzi, no livro Café e Indústria, São Carlos 1850-1950, aponta numerosos indícios a este respeito, a começar pelo fato de que com a renda mensal de que dispunham, a possibilidade de poupança de um montante suficiente para aquisições de alguns alqueires de terra era improvável.

Era muito mais provável que os caminhos que levassem o colono à condição de proprietário fossem muito mais tortuosos, que envolvessem um período de tempo equivalente a uma ou duas gerações, a migração para a cidade e ainda outras condições que tornavam esse degrau de ascensão social inacessível para a maior parte dos colonos.

Truzzi ainda aponta dados do Almanach de São Carlos, onde entre os anos de 1894 e 1920, é possível observar o pequeno número de imigrantes entre os proprietários, e, ainda assim, quando tornaram-se proprietários geralmente eram de porções menores de terras.

O recenseamento de 1920 confirma tal assertiva, a área média das propriedades pertencentes a estrangeiros é de 45,4 alqueires, enquanto no caso dos proprietários brasileiros a mesma média se eleva a 238,1 alqueires, no município de São Carlos.


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Estante Virtual II

Aspectos do Folclore São Carlense
Uma das obras de referência para quem quer conhecer um pouco mais sobre as características do folclore da cidade é este livro escrito na década de 1980 pela especialista em folclore Lígia Temple Garcia Gatti.
Resultado de muitos anos de pesquisa de campo, o trabalho é uma bela captura dos detalhes que constituíam o cotidiano das pessoas que por aqui habitavam. Com belas ilustrações feitas por José Gatti, é um trabalho de fácil e prazerosa leitura.
Restam poucos exemplares em circulação, mas alguns estão à disposição na Biblioteca Pública Municipal.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Jesuino de Arruda


imagem da estátua de Jesuíno de Arruda, que se encontra em frente a escola de mesmo nome


  Nascido em Ibiúna (então Vila de Una) em 11 de fevereiro de 1811, Jesuino de Arruda casou-se com Maria Gertrudes de Arruda, de quem incorporou o sobrenome. Filho de um modesto casal de portugueses, que exerciam a profissão de comerciantes, logo partiu para a atividade de tropeiro. Com o tempo adquiriu também propriedades agrícolas em Piracicaba, montou uma “loja de fazendas” em Araraquara e comprou partes da Sesmaria do Pinhal de posse da família Arruda Botelho, onde depois seria construída a capela.
  Coube a ele a doação das terras para a construção da capela e o requerimento da permissão para a mesma.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Uma carta reveladora...



Muito se comentou sobre a bondade do casal Antonio Carlos de Arruda Botelho, o Conde do Pinhal, e sua esposa, Anna Carolina, a Naninha, para com os escravos que possuíam. Em alguns livros e artigos escritos pelos seus descendentes, é sempre ressaltado o fato de que Naninha cuidava pessoalmente da saúde deles.
O trecho a seguir é de uma carta do Conde do Pinhal, escrita em 21 de fevereiro de 1865, e endereçada a sua esposa, e mostra alguns dos motivos das preocupações dos senhores para com os escravos:
... é preciso não se descuidar no tratamento do Felício, assim como dos demais doentes, pois quanto menos atenção houver no tratamento deles, maior será a demora deles em se casar, e por isso mais prejuízos teremos em seus serviços.
Como vemos, nem sempre os motivos de tantas preocupações eram simplesmente a bondade do casal.
Essa e muitas outras cartas do casal estão no livro Naninha, aceitai minhas saudades, da Edufscar, e mostram muitos detalhes interessantes desta importante família.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Estante Virtual

   Com a intenção de divulgar trabalhos escritos sobre a história de São Carlos, estréia hoje a seção Estante Virtual, aqui no São Carlos Ontem. Quem souber ou tiver algum trabalho, seja artigos, livros, imagens, e queira divulgar, entre em contato pelo e-mail isaelmangerona@gmail.com.
  Comentários e sugestões serão sempre bem vindos, tanto no espaço destinado a este fim, no rodapé das postagens, quanto no e-mail acima.

ÁLVARO GUIÃO

  Começo com um trabalho do Prof. Dr. Ailton Pereira Morila, atualmente na Universidade Federal do Espírito Santo, com um excelente artigo e belas imagens sobre a escola Álvaro Guião, antiga Escola Normal, em São Carlos.  O link para o texto é :http://www.histedbr.fae.unicamp.br/revista/revis/revis19/art03_19.pdf
  As imagens abaixo são uma mostra do que se pode ver:
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sala de desenho


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sala de ciências