sábado, 28 de abril de 2012

A Casa do Pinhal

   Nesta postagem quero indicar o livro "A Casa do Pinhal", de Margarida Cintra Gordinho. A primeira edição é de 1985, e é dedicado a registrar a memória da família Arruda Botelho e de sua "célula mater", a Casa do Pinhal.
sede da fazenda Pinhal

   Usando palavras da autora, "a casa está implantada a meia encosta, com embasamento de pedra e taipa de pilão, possuindo ainda paredes externas e internas de pau-a-pique(...) é um exemplar arquitetônico muito importante, tendo em vista a sua representatividade dentro da história de dois ciclos econômicos paulistas: o açúcar e o café."
vista aérea da fazenda Pinhal

   É um livro muito bem feito, com vários registros dos descendentes do Conde do Pinhal. A Biblioteca Pública possui alguns poucos exemplares.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Estante Virtual

   Acabo de ler o livro de Marco Antonio Leite Brandão, Zuza, o cigano do futebol..., de Marco Antonio Leite Brandão. Conta um pouco da história deste jogador de futebol, Luis Stevam de Siqueira Netto (1911-1977), principalmente sob o ponto de vista da imprensa são-carlense.
   O autor reuniu um farto material. São muitas reportagens sobre esse personagem que tinha status de grande jogador, e atuou por grandes clubes paulistas, como Palmeiras e Corinthians. Aliás, neste último clube, segundo o autor, é o jogador com o maior número de gols em uma mesma partida (6).
   Permitam-me apenas um porém. A edição do livro não está a altura de seu conteúdo. Mas vale como outro grande trabalho de Marco Bala. Existem alguns exemplares disponíveis na Biblioteca Municipal. Segue uma poesia publicada por Ambrósio dos Santos em "A Cidade, 19/08/1946".

O DEMONIO LOURO - ZUZA

Jamais em nossos campos houve um craque
(E São Carlos já deu grandes campeões)
Que, de uma equipe comandando o ataque,
Produzisse tamanhas sensações!

Não há defesa, por mais destaque,
Por mais que lhe fulgurem brasões,
Que do Demônio Louro a astúcia empaque,
Cortando-lhe os terríveis pelotões

Podeis acreditar no que vos falo
Pobre é minha arte para retratá-lo
Como merece, com afeto e zelo;

Mas, eu confesso: quedo-me perplexo
Perante o gênio, por demais complexo,
Do formidável craque sem cabelo!

sábado, 21 de abril de 2012

21 de Abril entre nós


Martírio de Tiradentes
Óleo sobre a tela de Francisco de Figueiredo (wikipédia)
(publiquei o mesmo texto nos meus dois blogs, afinal, é feriado...)

Antes da postagem propriamente dita, uma rápida explicação: no texto a seguir, refiro-me à Tiradentes como sendo um "herói republicano", obviamente sabendo que o movimento do qual participou, a "Incofidência Mineira", havia acontecido muito antes, e o enforcamento de Tiradentes ocorrera em 21 de Abril de 1792. Acontece que durante todo o período Imperial, a lembrança de Tiradentes sempre foi algo incômodo, e ele só passa a ser visto como "herói" com a proclamação da república.
Corroboram com esta afirmativa historiadores como Boris Fausto, que escreveu que "A proclamação da República favoreceu a projeção do movimento e a transformação da figura de Tiradentes em mártir republicano". O desconhecimento deste fato aparentemente impediu a publicação deste texto em um jornal da cidade. Uma pena...
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21 de Abril entre nós

Antes mesmo do advento da República com a consequente escolha de seus heróis, notadamente Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes), e a posterior instituição do dia 21 de Abril como um feriado em homenagem a este mártir republicano, a data já era, para os moradores de São Carlos, um dia a ser lembrado.
Isso porque, lá no distante 21 de Abril de 1857, na Câmara Municipal de Araraquara, cujo presidente era o então tenente-coronel Antonio Carlos de Arruda Botelho, tomava-se conhecimento da autorização da Igreja para que nessas terras se construísse uma capela (que, diga-se de passagem, já ia em adiantada fase de construção) e se benzesse um cemitério, consideradas etapas primordiais para a existência legal de um novo centro urbano.
A autorização episcopal era dada em resposta ao pedido enviado pelo casal Jesuino José Soares de Arruda e Maria Gertrudes de Arruda, que alegaram na petição, como justificativa para a construção da capela o fato de, pela distância dos outros centros urbanos “ser-lhes sumamente difícil a recepção do Santíssimo Sacramento da Egreja”.
Assim, incumbiu-se Rodrigues Palhares de arregimentar pessoas que limpassem e cercassem os lugares designados para esses fins. Como a Capela já ia sendo construída desde o ano anterior no mesmo lugar onde hoje se encontra a Igreja Matriz, restava preparar o lugar para o cemitério, que se fez onde hoje é o largo de São Benedito.
A benção para a nascente Capela com a consequente realização da primeira missa deu-se em 27 de dezembro de 1857, sendo celebrada pelo vigário de Araraquara, padre Cypriano de Camargo. Apesar de seus primeiros passos, o povoado ainda mostrava sua total dependência em relação aos vizinhos.
No entanto, a nascente povoação caminharia a passos largos, a despeito de todas as dificuldades iniciais. Em 6 de julho de 1857, é criado por Antonio Roberto de Almeida, vice presidente da província de São Paulo em exercício, o Distrito de Paz (primeiro degrau de várias etapas que culminavam com a criação de uma cidade) e a sub delegacia de polícia. Assim, os pequenos problemas locais já não precisavam mais ser resolvidos em Araraquara.
Em uma rápida escalada, poucos anos depois, em 18 de Março de 1865, São Carlos do Pinhal (como era então o nome, que só depois reduziu-se e apequenou-se para São Carlos conquistava sua autonomia política em relação à Araraquara, atingindo a condição de Vila (condição equivalente a de Município), e tendo formada a primeira Câmara de vereadores local. Por fim, atingiríamos a condição de Cidade em 21 de Abril de 1880.
Assim é que, para nós, o dia 21 de Abril era cheio de significados e lembranças, até ter somada a estas lembranças a homenagem feita ao herói republicano.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Imóveis Históricos em São Carlos

   Deixo um link para uma página da Fundação Pró-Memória de São Carlos que vale muito a pena conferir, sobre prédios históricos da cidade.

http://www.promemoria.saocarlos.sp.gov.br/?conteudo&id=69

  Até a próxima.

sábado, 14 de abril de 2012

Foot-ball


Segundo o prof. Ary Pinto das Neves, o artigo que reproduzo a seguir narra o primeiro jogo oficial deste esporte na cidade, está no livro "São Carlos na esteira do tempo, 2007, p.57".



" Conforme tinhamos noticiado, realizou-se domingo o match de foot-ball entre os teams verde e vermelho.
Ás 4 e meia horas da tarde partiu da casa do capitão B. Marques em direcção ao ground do Sport Club São-carlense um imponente prestito formado dos foot-ballers do club e grande numero de pessoas, tendo á frente a excelente banda brasileira.
Ás 5 horas com a assistencia de cerca de 1000 pessoas, depois das formalidades exigidas pelas regras do jogo, o juiz deu signal para o inicio da festa esportiva, que foi muito apreciada e applaudida pelos circunstantes. Serviam de juizes os capitães Thiago Masagão e B. Marques e sr. Rodolpho Brandão.
O team verde defendeu com energia e entusiasmo o seu goall, que era atacado com vehemencia pelo vermelho.
Ás 6 horas o juiz deu signal para terminar o jogo, tendo empatado os dois teams". ( O Correio de São Carlos - 6 de julho de 1904).

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Anúncios inocentes na imprensa...

   Reproduzo aqui, a título de curiosidade, dois anúncios que figuraram no extinto jornal O Popular, aqui de São Carlos.
   O primeiro:
"Convite- O cidadão (pintor) que deve ao abaixo-assinado a importancia de 79.950 tem oito dias de prazo, a contar desta data, para vir pagar essa quantia, se não quizer ver seu nome, por extenso na imprensa. São Carlos, 12 de outubro de 1891. Avelino Franco de Nascimento."

   O segundo:
"J.D.A. Desde ha muito tempo que este senhor anda cucando dum lado e levando para o outro; mas por este meio fica intimado a não continuar mais a levar notícias, sob pena de descobrirem-se-lhes todas as feridas. Cuidado, heim..."

Já pensou se a moda volta?

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Mudanças No Blog

Bem pessoal, como prometido algumas mudanças serão feitas no Blog.
Adicionarei novas páginas, disponíveis logo abaixo do logo do Blog, que terão conteúdo fixo. Para começar, confiram o Hino à São Carlos.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Aparecem os ciclistas

   Antes de mais nada OBRIGADO por termos passado dos 1000 acessos. Planejo mudanças no blog para mais espaço a outras informações. Aguardem , em breve teremos novidades.


   Bem, mas falando de ciclismo, quase todos os dias vemos os ciclistas pelas ruas da cidade. Sem dúvida é um ótimo exercício, e fonte de lazer também. Leio, no momento "Imprensa São-Carlense 1876-1955", de Octavio Carlos Damiano, e é dele o trecho a seguir, que mostra a origem dessa prática em São Carlos: O ciclismo surgiu em São Carlos em 1898, quando no dia 21 de setembro houve uma "bela corrida em desafio" entre dois ciclistas de São Paulo.
   Recomendada por médicos por proporcionar benefícios à saúde, o jornal noticiou, na edição de 12 de outubro do mesmo ano, que havia comprado bicicletas, nos últimos dias, os cidadãos Vicente Sabino, Dr. F. Paula Novaes, J. Apratti, Antônio Alberto da Cunha, João Priester, José Levy, Joaquim Cezar de Siqueira, Evaristo de Paiva Júnior, Joaquim de Campos e Antônio de Almeida Souza. Na mesma nota, comentou o preconceito e acanhamento de alguns em andar de bicicleta, salientando que na Europa essa prática tão salutar estava na moda.
   No entanto, na São Carlos dessa época não havia esse preconceito contra o ciclismo, que se constituía no "sport mais elegante e chic", concluindo o articulista, "A", com certeza o próprio diretor do jornal, Américo Penna, sem nenhuma modéstia: "S. Carlos nisto quiz mostrar que a futura Lyon ou a futura New-York brazileira sempre é adiantada e sempre americana".

Quem sairia no jornal hoje por comprar uma bicicleta?